Carrapatos

Sabemos que estamos nas cercanias de Pedreira, município considerado zona endêmica de febre do carrapato ou febre maculosa no Estado, e uma das mais importantes do país!

Algumas informações do ciclo de desenvolvimento do carrapato nos ajudarão a preveni-la, já que residimos em área de risco:

– O carrapato é um artrópode hematófago da classe dos aracnídeos, da ordem dos acarídeos, e a espécie mais comum por aqui é o Amblyomma cajennense, ou carrapato-de-cavalo, que pode transmitir a doença, e que tem em roedores como a capivara e o gambá os seus principais hospedeiros naturais, além do cavalo e de outros animais domésticos como coelhos, gado, cães, etc. Os cães são os mais susceptíveis, e desenvolvem uma forma benigna, e até mesmo indetectável da doença.

– Outra espécie frequente é o carrapato-de-galinha (Argas miniatus), que transmite às galinhas a bouba

– O carrapato tem forma oval e achatada quando em jejum, tornando-se convexos e esféricos quando repletos de sangue, e é bastante resistente às condições climáticas adversas, graças à sua resistente carapaça.

– O carrapato é considerado transmissor de outros agentes causadores de doenças, como vírus, bactérias, protozoários e riquétzias, estas últimas, causadoras da febre maculosa, afora sua ação espoliativa por sugar o sangue, e irritativa pela saliva em contato com a pele do hospedeiro.

– O carrapato tem um ciclo de vida movimentado (3 ciclos). Ao contrário do que se supõe, o micuim ou carrapato-pólvora e o carrapato-estrela, são a mesma criatura, em fases diferentes de desenvolvimento: 1a fase, as fêmeas põem até 8000 ovos no solo e morrem em seguida; dos ovos nascem larvas (micuins) que utilizam suas seis pernas para alcançar um animal que passa; na 2a fase, à medida que vão se alimentando de sangue, as larvas transformam-se em ninfas, algumas com oito patas, menores que os adultos e mais facilmente visíveis, ainda não desenvolvidas sexualmente, e que voltam ao solo e passam por diversas modificações até atingir a 3a fase (adulta ou de maturidade), quando aumentam consideravelmente de tamanho (“carrapato-bola” ou “grão-de-feijão”) quando são novamente fertilizadas e reiniciarão todo o ciclo.

– As infestações por larvas, ninfas e adultos em cavalos ocorrem nos meses de março a julho, julho a outubro, e de outubro a fevereiro, respectivamente, atingindo o seu período mais crítico no 2o semestre do ano, e seu pico em outubro!

Cuidados para se evitar a infestação por carrapatos:

– Evitar bosques e beira de rio, locais de abrigo de capivaras e animais silvestres.

– Usar calças compridas e botas de cores claras para melhor visualização dos carrapatos

– Evitar montaria em animais infestados.

– Manter o mato roçado e a grama aparada.

– Evitar deitar-se no solo ou na grama em pescarias ou acampamentos

– Proceder à pulverização de cavalos e animais domésticos a cada 2 a 3 semanas em épocas críticas, procurando usar produtos e doses adequados ao seus respectivos portes, e sob orientação profissional pra evitar intoxicações (evitar BHC e DDT). Hoje preferem-se as substâncias fosforadas sintéticas como o Assuntol, Trolene, Ruelene e Neguvon, entre outras.

– *Atenção: pulverizar o solo com carrapaticidas não é aconselhável, por contaminar o solo e os lençóis freáticos, além de intoxicar os animais e o próprio homem.

O que fazer quando já se adquiriu o carrapato?

– Localizar o(s) carrapato(s) e retirá-lo o quanto antes, de preferência até 8 horas da picada, diminui o risco de contaminação.

Mais difícil é localizar o micuim, mas pode-se esfregar álcool na região que coça; quando maior, queimar a cabeça de um palito de fósforo e com cuidado encostar no carrapato. Isto permite que ele relaxe as patas e não restem fragmentos do aparelho sugador na pele picada.

– Após a infestação o carrapato procura se esconder nas áreas pilosas do corpo, até sentirem-se seguros para alcançar as áreas mais finas e vascularizadas da pele, geralmente provocando irritação que nos faz acordar à noite.

Manifestações da doença:

– O período de incubação da bactéria (Rickettsia rickettsii) varia de 02 a 14 dias após a picada do carrapato, quando se iniciam os primeiros sintomas que mais parecem um resfriado ou gripe, como febre alta, dor muscular e de cabeça intensas. Em seguida, surge uma vermelhidão nos membros, incluindo as palmas e plantas, semelhante a urticária, que, nos casos mais graves, podem se transformar em hemorragias sob a pele(equimoses) até a necrose do tecido e alterações vasculares no coração, rins e cérebro; podem surgir inchaço nos membros inferiores, urina escassa e aumento do volume do fígado e do baço, alterações do nível de consciência até o coma profundo, icterícia e convulsões nos casos terminais.

– As manifestações clínicas podem se confundir com as do sarampo, a febre tifóide, o dengue e a mononucleose infecciosa.

– * Apenas 1% dos carrapatos está contaminada com a Rickettsiia, podendo transmitir a doença!

Tratamento:

– Aos primeiros sinais e sintomas, procurar o Posto de Saúde ou Hospital mais próximo e informar ao médico residir em área de infestação por carrapato.

– De cada 10 pessoas infectadas que manifestam a doença, 3 morrem, geralmente por demora na procura por atendimento médico, ou seja, 30% dos casos é fatal!

– Mais informações poderão ser obtidas na Rede Pública de Saúde de seu município!

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