Projeto de Mestrado – Camila Paula de Castilho

RIQUEZA E ABUNDÂNCIA DE PREDADORES INTERMEDIÁRIOS EM FRAGMENTOS DE MATA SEMIDECIDUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Projeto de mestrado

Camila Paula de Castilho
Mestranda em Ecologia, Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas
Orientação: Profª. Dra. ELEONORE ZULNARA FREIRE SETZ
Lab. Ecologia e Comportamento de Mamíferos, Departamento de Zoologia, Instituto de
Biologia; UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas

Resumo
A floresta tropical que desde a época do descobrimento vem sendo devastada
resume-se atualmente a remanescentes florestais, principalmente na forma de fragmentos.
A Mata Atlântica é assim uma das principais florestas ameaçadas de extinção no mundo,
mas ainda abriga uma grande biodiversidade. Para evitar estas extinções, estudos tentam
elucidar os efeitos e os fatores que agem no processo dessa fragmentação. Com este
objetivo, este estudo pretende investigar como a fragmentação afeta a riqueza e a
abundância de mamíferos predadores intermediários em 11 fragmentos (4 pequenos – 12
ha, 4 médios – 20 ha, 2 grandes – 50 ha e um controle, a Mata Ribeirão Cachoeira, 244 ha)
de Mata Semidecidual na Área de Proteção Ambiental de Souzas e Joaquim Egídio,
Campinas, SP. De acordo com a Teoria da Biogeografia de Ilhas, pretende-se investigar se
a riqueza de mamíferos de médio e grande porte diminui com a redução da área de habitat.
Os predadores de topo seriam os primeiros a serem afetados por essa redução, dada a área
insuficiente para sua sobrevivência. Com isso, também se pretende examinar se, segundo a
Teoria de Liberação de Mesopredadores, a abundância de predadores de topo está
diretamente relacionada à riqueza e inversamente à abundância de mesopredadores. Para o
levantamento de mamíferos terrestres será utilizada uma metodologia de avaliação de
registro de pegadas por armadilhas de areia com isca de banana (100 armadilhas por
fragmento) e isca odorífera (5 a 15 armadilhas por fragmento) em escalas temporais (quatro
estações do ano) e espaciais (espaçamento de 10 e 250 m entre armadilhas,
respectivamente) distintas de modo a comparar os resultados com os de riqueza e
abundância para fragmentos maiores (360 a 36.000 ha; Bassi 2001 e Penteado 2006). Esta
metodologia também é interessante para a elaboração de um guia de pegadas e locais
propícios para seu avistamento, instrumento importante para o ecoturismo florescente na
região. A riqueza em mesopredadores pode também subsidiar a política de corredores de
fauna nesta região onde os moradores valorizam tanto a natureza e a sua conservação.
Palavras-chave: mamíferos predadores, Mata Atlântica, fragmentação florestal, armadilhas
de pegadas, Campinas.

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